PLÁ SÃ #2
O suco gástrico presente no estômago tem ph 2 (ácido). Para se ter uma idéia de quanto é ácido , pode-se usar como exemplo o ácido sulfúrico. Usado em indústrias e conhecido por ser perigoso e altamente corrosivo, possui o ph 1, ou seja, em contato com a pele ou caso seja inalado pode causar lesões graves. Mas porque o ácido gástrico não corrói a parede do estômago?
As células parietais presentes nas glândulas gástricas secretam ácido gástrico (HCl). Essa secreção ácida possui diversas funções como, dar início a digestão das proteínas desnaturando-as e ativando outras enzimas para dar continuação a digestão e absorção. Também, atua auxiliando na destruição de bactérias e microorganismos ingeridos. Diversos estímulos resultam na secreção de ácido gástrico. Visão, cheiro e até mesmo pensar no alimento, iniciam estímulos via nervo vago que também irão atuar sobre as células parietais na secreção de HCl.
As células G são outra via para estímulo e liberação do HCl. Após a deglutição do bolo alimentar, aminoácidos e peptídeos entram em contato com o lúmen do estômago, onde estimulam as células G secretarem gastrina, que por conseguinte, estimula a secreção ácida por ação direta nas células parietais. O café e descafeinados também estimulam a liberação de gastrina, motivo pelo qual pessoas com síndrome de secreção ácida excessiva devem evitar a ingestão de café.
As células mucosas serão responsáveis por neutralizar o ácido gástrico e outras enzimas para que não ocorram lesões. Essas células produzem uma barreira muco-bicarbonato. O muco servirá como barreira física, enquanto o bicarbonato irá servir como uma barreira química para a neutralização da acidez. Sabendo disso pode-se deduzir que se essa barreira falhar, o ácido gástrico e enzimas digestivas podem corroer a mucosa gástrica criando buracos nas camadas da submucosa e muscular do estômago. Condição conhecida como úlcera péptica, plá sã.