ESMERO CONTO #2

Hoje completa 90 anos que o primeiro dirigível chegou ao Brasil, que foi o Graf Zeppelin D-LZ127, pousou no antigo Campo Jiquiá em Recife, pois ali tinha construido exclusivamente para ele a “Torre do Zeppelin” que existe até hoje. Foi um voo experimental com destino final no Rio de Janeiro. A nave tinha 236,6 metros de comprimento e 30 metros de altura, sendo muito maior do que qualquer avião dessa época ou atual. Nesse tempo, a comparação mais comum era com navios transatlânticos, como o Titanic, que era apenas alguns metros mais longo.
” Um vivo interesse se desenhava em todos os semblantes entorno desse acontecimento destinado a marcar uma data inesquecível na vida da cidade. […] às 18 horas e 35 minutos o dirigível foi avistado no Recife e logo entrou a tocar, para divulgar a boa nova, o carrilhão do Diario de Pernambuco, cujos terraços estavam ocupados por famílias do nosso escol social. […]. ” Tirado do Diario de Pernanbuco em 25/05/1930.
Conto em verso e proza, uma história que ouvi do meu avô pernanbucano que associei com o tema.
Um dia pacato no sertão
Nada diferente acontecendo
Eu e as crianças brincando
Com o calor sempre comendo
Quando um bêbado grita
“Meu Deus, eu não estou bebendo”
~
Pois avistado no céu
Na gigante imensidão
Um mostro voando e planando
E nem existia avião
Por Jesus e nossa senhora!
Que isso não dessa pro chão
~
Pra suas casas correram
Embaixo da mesa eu me escondi
Esperando aquilo passar
Pra eu poder sair
Eu querendo chorar
Dali querendo fugir
~
Depois de muito tempo
Pra fora o povo saiu
Sem entender nada
De onde o bicho surgiu
E ainda ficaram com medo
Sem certeza que sumiu
~
Já estava me esquecendo
Muito tempo se passou
Quando ouvi a história
Que tudo pra mim mudou
Que uma gigante aeronave
Em Recife ali pousou
~
Nosso posso te confirmar
Que ele passou por mim
Mas pode pesquisar!
Deu em todo boletim
Que por ali voou
Um gigante Ze pelim